Guias: Facebook para pequenas empresas e 13 ideias de posts inspiradoras, do Scup

Daí que tentando escolher um novo e-book do Scup para leitura, me deparei com esses dois guias – um básico e outro rápido. Por curiosidade – e aceitando a premissa de que todo tipo de conhecimento é válido – aceitei ler as 28 páginas que os compõem, no total. Quando menciono o número de páginas, não estou querendo desmerecer o material, mas ratificar o quanto eles podem ser eficazes por resumirem a pequenos pontos algumas das práticas e conceitos cada vez mais destrinchadas dentro da área de marketing digital. Pegando tudo que há nesses dois guias e multiplicando por 1.000 (a 100.000, a depender dos casos), temos todo o trabalho que é feito estrategicamente planejado para as mídias sociais atualmente.

O primeiro guia, intitulado “Como pequenas empresas podem fazer grandes negócios com o Facebook?” (eu sei, meio cafona, mas poderia ser pior), é bastante focado: apresenta ao pequeno empreendedor um passo-a-passo de como iniciar as operações no Facebook. E, como já vi aqui em e-books mais densos, é o básico essencial de sempre: saber qual é o intuito da presença digital, pensar estratégias de comunicação, procurar se relacionar bem com o seu público e medir suas ações no digital (lembrando, sempre, que o grande trunfo do online é a possibilidade de mensuração do conteúdo e da receptividade). É claro que, em casos maiores, tudo isso se complexifica exponencialmente, mas, a meu ver, quando chegamos ao cerne da questão, isso deve ser a base de tudo.

scup-facebooknegocios7 dicas simples que vão orientar o seu negócio a se estabelecer no Facebook

  1. Defina seus objetivos e crie a sua página – quais são seus objetivos? gerar negócios? relacionar-se com seus clientes e potenciais compradores? informar o público sobre seus produtos e serviços?;
  2. Saiba o que dizem sobre você – fundamental para identificar oportunidades de negócio e saber como e quando se relacionar com seus clientes;
  3. Participe de grupos e discussões – assim, você poderá: conhecer os interesses e necessidades do seu público, encontrar oportunidades de oferecer seus produtos e serviços e identificar influenciadores;
  4. Relacione-se – fique atento ao feedback dos seus clientes. Você pode usar o Facebook para atender reclamações e sugestões, melhorar sua oferta e evitar crises;
  5. Envolva a sua comunidade – além de gerar vendas diretas, o Facebook é um ambiente propício para engajar pessoas e criar uma comunidade envolvida com o seu negócio. Publicar conteúdo interessante e útil é uma excelente forma de fazer isso;
  6. Considere investir em ads – em alguns casos, investir em posts pagos pode impulsionar as vendas, mas, cuidado: o investimento em ads não pode ser sua única estratégia. Esse é apenas mais um elemento de sua estratégia;
  7. Acompanhe resultados – ficar de olho nos índices sobre as atividades no Facebook permitirá aprimorar gradativamente a estratégia.

O segundo guia, “O que publicar no Facebook? 13 ideias de posts inspiradoras”, é praticamente um complemento do material anterior. Aqui, é importante ressaltar que o Scup não traz regras de criação de conteúdo para fanpages (cada caso é um caso), mas apresenta alguns tipos de posts que, empiricamente, comprovaram ser eficazes no desafio de capturar a atenção das pessoas. É claro que, além disso, é preciso de todo um processo de reconhecimento do seu público, compreender o que ele deseja que seja repassado através da sua marca e como eles desejam que isso seja transmitido (a linguagem). Mas a tática de humanização da marca (não de forma apelativa, mas trazendo um conteúdo responsável e interessante) e a criação de posts que instiguem a participação do usuários (engajamento gera histórias, que geram maior alcance no aspecto social da rede) são, no mínimo, alguns dos aspectos mais importantes da presença digital para o trabalho de engajamento orgânico – o que, geralmente, as pequenas empresas mais precisam ao adentrar na área.

scup-postsinspiradores

  1. Use citações – citações inspiram e dialogam diretamente com o lado pessoal dos usuários do Facebook;
  2. Estimule a participação do público – isso mostra a intenção da marca em ouvir o que seus fãs têm a dizer;
  3. Posts curtos chamam mais atenção – não afugentam leitores com pressa e são mais lidos (podem ser potencializados com a ajuda de uma imagem em boa qualidade);
  4. Datas comemorativas importantes para o seu público – mesmo que as datas não tenham a ver diretamente com o seu negócio, é uma chance de divulgar a imagem que você deseja passar da sua marca;
  5. Bom humor e brincadeira sempre fazem bem – é um jeito de humanizar sua marca e ampliar admiração e o engajamento dos seus fãs;
  6. Proponha a participação do público em atividades criativas – as atividades acabam trazendo insights e pontos de vista que nem sempre sua empresa consegue atingir sozinha;
  7. Seus fãs querem comprar seu produto de maneira especial – as pessoas que seguem a sua marca gostam de ter acesso a ofertas especiais.
  8. Enquetes – crie perguntas para ouvir a opinião dos admiradores da sua marca sobre os mais variados temas (quanto mais interação, melhor).
  9. Invista em imagens cativantes – fotos originais, bonitas e divertidas chamam a atenção (abuse delas!).
  10. Publique vídeos – produzindo o seu próprio ou compartilhando o de outros, explore a oportunidade de engajar ou até viralizar por meio de pequenos filmes.
  11. Informe o seu público – informação e conhecimento agregam valor às pessoas e se traduzem em engajamento.
  12. Faça listas – enumere dicas, ideias, regras ou qualquer coisa que interesse o seu público. Fáceis de ler, listas e rankings são campeãs de compartilhamento.
  13. Pergunte – faça perguntas para conhecer suas opiniões, experiências e crenças.

Como expliquei, não é um material que alguém que já atua na área há anos pode usufruir – acredito que ele já tenha todos esses conceitos, práticas e inspirações na cabeça há um bom tempo para realizar o seu trabalho – no entanto, para quem está começando (seja como empreendedor, estudante, estagiário ou entusiasta), achei um conteúdo simples que, de maneira focada, apresenta vários pontos essenciais do trabalho nas mídias sociais. Embora seja uma área e um mercado relativamente novo, há pessoas que trabalham com isso há, pelo menos, 10 anos. Não acho correto – nem esperto – tentar entrar nesse meio sem se informar antes com pessoas (e equipes) que já têm experiência, que já podem apontar algumas diretrizes para onde seguir. E é isso que tento fazer aqui.

Leituras da semana: McWhopper, Twitter e mais inspirações de trabalho

Mais uma semana se passou e mais uma porrada de conteúdo foi produzido na internet. Como expliquei semana passada, depois de adotar um aplicativo que ajuda a organizar suas leituras para o momento mais próprios de ler, decidi criar esta coluna pontual aqui no blog compartilhando alguns textos interessantes que me deparei durante a semana. Não necessariamente são publicações atuais (podem ser de meses ou anos atrás), mas é um conteúdo que eu tive contato pela primeira vez na semana que se passou e achei bacana compartilhá-los aqui. Todo material de leitura eu obtenho através, principalmente, das pessoas/agências/portais que eu sigo no Twitter – listadas ali na barra lateral (ou inferior, no mobile) – ou seja, aconselho a fazer o mesmo..


Dicas de como começar no mercado digital: pesquisar, aprender, publicar! – Por Mariana Oliveira

Por ironia do destino (realmente não lembro como isso aconteceu), acabei topando com esse texto de 2014 da ídola-mor o qual ela postou no seu blog e no LinkedIn. Nele, ela dá algumas dicas pontuais do que fazer para iniciar essa jornada no mercado digital – e, felizmente, concluí que estou no caminho certo. Leitura curta, mas rica para quem está começando assim como eu!

O mercado digital está carente por bons profissionais – e, dependendo do cargo, não é a experiência anterior que conta. É a iniciativa, o interesse, e isso envolve não só dizer o quanto você tem essas características, e sim o que você faz a partir delas.


McWhopper – um dos acontecimentos mais falados da semana foi a proposta do Burguer King ao McDonald’s para o Dia Internacional da Paz. Dividindo mais opiniões do que o cenário político brasileiro atual, a ação do BK gerou vários textos de profissionais da área comentando sobre o fato – com uma visão de mercado. Aqui, reuni apenas quatro que não são se aprofundam muito na análise, mas levantam alguns pontos pertinentes.

Odeio ser publicitário – Matheus Cardoso

Não sabe brincar, não desce pro play – Blog do BuzzMonitor

Burguer King x McDonalds, de quem foi o primeiro round? – Eden Wiedemann

Marcas do mundo, uni-vos! – Blog do Scup


Entrevista: Felipe Morais, autor do Planejamento Estratégico Digital – Seekr

Quando você está começando numa área nova, bastante abrangente, é comum ficar perdido – não exatamente perdido, mas buscando conhecimento para se achar. Nessa entrevista, esse profissional que trabalha com planejamento digital desde 2004 apresenta algumas discussões legais sobre a área de planejamento.

A criatividade é inerente ao ser humano, não ao profissional de planejamento nem ao criativo da agência. Ela não vem apenas tomando banho ou andando de bicicleta. Ela vem de uma associação de ideias, estudos, pesquisas, curiosidade, análise e entendimento. Você pode e vai ter uma boa ideia no banho. Eu tenho várias, mas isso quando o cérebro relaxa após horas lendo relatórios, pesquisas, estudos, insights de mercado, consumidor, concorrência e marca. Aí a grande ideia vem. Quer ser planejamento? Seja curioso, já é meio caminho andado.


Real Time Marketing: a hora certa de agir – Por Innovation Insights

Uma das “subcategorias” com maior ascensão dentro do contexto de marketing digital (não apenas pelo status do Twitter, mas agora também com novos personagens como o Periscope), o real time marketing é um advento das mídias sociais bastante interessante de se pensar e trabalhar ao pensar o planejamento estratégico das marcas na rede.

O desafio está em decidir quais conversas entrar, quais assuntos são coerentes com os valores e fazem sentido para o público que pretendem atingir. No passado as pessoas não participavam da criação de histórias junto com as marcas, como acontece hoje com o social. Portanto, se a sua comunicação puxa a marca em contextos que são relevantes para alguém, este vai aumentar as chances de histórias, imagens e associações se incorporarem na percepção da marca. Emoções podem desempenhar um poderoso e eficaz papel na publicidade e por isso que a medi-las é uma parte fundamental de como avaliar anúncios.


Sensores Humanos: 250 milhões de motivos para promover o Twitter – por Tarcízio Silva

Se me pedissem uma opinião pessoal sobre qual é a melhor plataforma de redes sociais, eu diria Twitter sem hesitar. Talvez eu seja um entusiasta dessa ferramenta. Nesse texto de 2014, o Tarcizio lista diversas funcionalidades que o site tem para compreender o atual comportamento humano na internet pensando o aspecto “real-time” (tanto usos político-sociais como também, obviamente, mercadológicos).

No livro Social Media Mining with R, os autores repetem diversas vezes a noção de “sensor humano” para descrever usuários no Twitter e sua produção. A ideia de “sensor” está muito vinculada a fenômenos naturais, por isto é um tanto rechaçada, nas ciências sociais, ao se falar de seres humanos. Porém, estou a cada dia menos contrário a este termo, pois temos inúmeros exemplos de análise de dados e fluxo informacional no Twitter não só para analisar os seres humanos e a sociedade, mas também para enfrentar intempéries naturais. A Copa do Mundo pode ser o divisor de águas na maturidade deste segmento do mercado brasileiro de comunicação. Mas para além do futebol e grandes eventos, eu acredito que o Twitter é uma mídia social necessária para a nossa sociedade contemporânea.

Mais resultados com análise de performance digital – do Blog GlobalAD

Por fim, um texto que destoa um pouco dos assuntos dos outros mas que fala sobre um “movimento” que me interessa já faz um tempo. Nesse texto, a autora fala sobre um pouco das possibilidades – necessárias – para fazer uma análise da presença digital da sua empresa, pensando a estratégia data-driven. É simples, mas bacana!

Com o surgimento de bases de dados cada vez maiores e tecnologias de armazenamento de informações digitais cada vez mais sofisticadas, temos ao nosso alcance uma infinidade de dados e informações que, se bem utilizadas, podem ajudar a entender como seu negócio está performando nos diversos canais digitais em que está presente para então estabelecer estratégias de otimização e, porque não, de inovação perante a concorrência.

E-book: Ferramentas de ativação e mensuração em campanhas de mídias sociais, do Scup

scup-campanhas2Scup Ideas – Por Danila Dourado (organizadora)

1. Ativação nas mídias sociais: como divulgar uma campanha

2. Marketing de conteúdo: um importante aliado

3. Campanhas no Facebook: o papel das inovações tecnológicas

4. Monitoramento e métricas de mídias sociais: relatórios e ações estratégicas

Continuando com as leituras dos e-books do Scup, encontrei esse material que é a continuação do post que fiz no começo da semana, sobre campanhas nas mídias sociais. Para não perder o timing e dar continuidade ao conteúdo, decidi seguir o fluxo com este e-book que é o complemento do livro anterior – também produzido por parte da equipe da agência brasiliense, Moringa Digital.

Enquanto o primeiro dava literalmente os “primeiros passos” para a criação de uma campanha nas mídias sociais, este material aborda mais diretamente as questões práticas dessa ação de comunicação digital. O objetivo do e-book é “mostrar formas de ativar usuários, explorar tecnologias e medir resultados em campanhas”, ou seja, ele apresenta as formas mais comuns de se trabalhar com essa estratégia nas mídias sociais, demonstrando justificativas para a criação de boas experiências no relacionamento marca/consumidor, uma estratégia que tem se mostrado cada vez mais assertiva.

“Para o conteúdo de uma marca ser conhecido dentro da rede, é preciso que ele seja relevante e atinja o público certo. Uma das maneiras de alcançar isso é pelo investimento em anúncio pagos. O uso desses recursos numa campanha de mídias sociais permite que os resultados sejam sentidos no médio prazo, dando visibilidade e favorecendo a construção de um relacionamento estável entre o público e a empresa.”

Também escrito em 2012 (como seu precedente), o livro aborda a dificuldade – ainda atual, mas em menor escala – de convencer a pequenas e médias empresas fazerem o bom uso da atuação online em prol do negócio. Pensando nisso, ele cita algumas razões pelas quais os formatos publicitários em campanhas nas mídias sociais são atrativos: interatividade (a internet permite uma interação real com o público alvo); baixo custo (quando comparados aos meios tradicionais, os investimentos necessários para a produção e veiculação de uma campanha on-line são muito inferiores); segmentação (uma campanha pode atingir o público certo com o mínimo de dispersão, uma vitória na eficácia e aplicação de recursos; acompanhamento preciso de ROI (dentro de campanhas on-line, é possível ainda avaliar o desempenho do que foi planejado e o retorno da comunicação dentro dos objetivos estabelecidos); flexibilidade de ajustes do planejamento (caso algum ponto do que foi pensado não esteja bem, dá para realizar ajustes).

Nesse contexto, ele lista alguns dos formatos publicitários imprescindíveis para gerar ativação (e aqui entende-se ativação como instigação do consumidor/usuário) nas mídias sociais:

  • Facebook Ads (Social Ads): as suas principais contribuições para a mídia on-line foram a possibilidade de segmentação e o fator social (quando vemos “amigo X curtiu a marca Y, não é mais a marca Y falando com o público e sim o amigo promovendo indiretamente a organização).
  • Twitter/Boo Box (Social Ads): a marca deixa de falar de si mesma e pede emprestada a influência do próprio público para divulgar suas campanhas (esse formato também permite a adequação do conteúdo promocional da empresa com a linha editorial do perfil usado). // Como mencionei anteriormente, por ter sido escrito ainda em 2012, o livro acaba sendo um pouco datado (sem culpa, as coisas no mundo da internet que mudam rápido demais mesmo) – hoje, o Twitter já permite anúncios “próprios” na plataforma deles (tanto mobile quanto na web).
  • Banners em portais: anúncios gráficos são exibidos em espaços destacados e identificados como publicidade num portal, site ou blog.
  • E-mail Marketing/Influenciadores: a lista costuma ser bastante atrativa para os anunciantes em função da sua alta qualificação e baixo índice de dispersão, no entanto, são poucos os influnciadores que a fornecem para fins publicitários.
  • E-mail Marketing/Cadastro de clientes: ao realizar uma compra, as pessoas costumam preencher uum cadastro com e-mail (com essa informação em mãos, o proprietário da lista envia informações relevantes para o cliente ou ainda a publicidade de parceiros).
  • E-mail Marketing/Newsletter: a partir do cadastro voluntário do usuário, o produtor de conteúdo informa o seguidores sobre atualizações em sua página, como também envia anúncios de seus parceiros.
  • Links patrocinados/Rede de pesquisa: o anunciante entra numa espécie de leilão pelas palavras-chave que serão buscadas pelos usuários e que têm a ver com eeu negócio.
  • Links patrocinados/Rede display: um site disponibiliza um determinado espaço para a veiculação de anúncios da Rede display e então o Google exibe anúncios que possuem maior afinidade com o conteúdo do canal.

“O marketing de conteúdo é a criação e o compartilhamento de conteúdo, com a finalidade de engajar atuais e potenciais bases de consumo. É o conjunto de técnicas que auxiliam na comunicação da empresa. […] As empresas, sob este novo foco, buscam se empenhar em achar meios de atrair a atenção dos clientes mediante conteúdos diversificados, entrando na vida do consumidor de forma integrada, despertando emoções e sentimentos positivos pelas marcas.”

Aqui é importante ressaltar a necessidade de uma boa curadoria de conteúdo para a divulgação nas mídias sociais. O “desafio das áreas de comunicação e marketing das empresas” hoje em dia é justamente essa produção de mensagem, que deve buscar um relacionamento significativo com o usuário, gerando interação e proporcionando experiências. Como trás o material, uma estratégia de conteúdo bem traçada ajuda a identificar, criar e manter a comunicação de marketing nas ferramentas sociais; permite que as empresas compreendam e produzam o tipo de conteúdo que o público-alvo precisa; colabora para que as organizações desenvolvam planejamentos que possam ser acompanhados em longo prazo; reduz gastos por evitar a publicação redundante e irrelevante de conteúdo, diminuindo os esforços; permite também que a marca construa, preencha e mantenha as mídias sociais de forma mais eficiente; constrói a identidade da marca de forma mais eficaz; e desenvolve novos negócios com mais facilidade.

Com isso em mente, o material traz ainda a opinião de Erin Kissane, um especialista em conteúdo estratégico que argumenta que o conteúdo deve: ser apropriado para o cliente e para o negócio; ser útil para os consumidores de informação; ser centrado no usuário; e ter uma linguagem clara, consistente e concisa. Pensando nisso, compreende-se que uma boa estratégia de conteúdo envolve entender quais conteúdos são relevantes para o público-alvo, definir metas de conteúdo, determinar os processos para a produção do conteúdo e definir uma linguagem de comunicação. Ou seja, o planejamento de conteúdo para uma campanha de mídias sociais, na prática, deve conter (pelo menos): objetivos, estratégias, linha editorial, ações específicas, linguagem, canais usados, fluxo de trabalho (criação, revisão e publicação), volume de postagens, métricas para análise de conteúdo e referências de conteúdo do setor.

No entanto, antes de qualquer coisa, é preciso compreender bem o cenário no qual a empresa está inserida. Para isso, é preciso identificar os objetivos do negócio (quais são os pensamentos do cliente e quais ações serão tomadas para obter os resultados esperado?); buscar saber quem são os clientes (qual é o perfil do consumidor?); pesquisar qual é a percepção do cliente sobre a marca; ficar de olho no que acontece ao redor da empresa e que tipo de conteúdo os seus clientes querem ver; selecionar quais plataformas serão utilizadas para atuação, de acordo com as formas de conexão que desejam manter com os usuários.

Etapas do planejamento da campanha

Criação – orienta como o conteúdo será criado, quais serão as fontes e sua estrutura

“Para a etapa de criação, em primeiro lugar, é necessário desenvolver um fluxo de conteúdo, que estabelecerá as etapas que medeiam a fonte e a publicação, como, por exemplo, quando o conteúdo será elaborado e por quem ele será produzido. É o momento de entender o tamanho do trabalho e quanto tempo demorará.”

Entrega – passa pela edição, revisão, aprovação e publicação do conteúdo nos canais escolhidos

“A entrega de conteúdo ‘é a forma pela qual disponibilizamos nosso conteúdo para nossas audiências, […] é facilitada por ferramentas técnicas e canais de mídia que colocam nosso conteúdo onde queremos que ele esteja. É preciso identificar os espaços em que a audiência está para obter a oportunidade de oferecer informações úteis que permitam a inte’ação dos atores, bem como detectar em quais canais esse público gostaria de receber essas informações.”

Gerenciamento – monitora o conteúdo já publicado e avalia seus resultados

“O gerenciamento de conteúdo é a etapa que avalia se os objetivos foram alcançados e mensura o sucesso do planejamento. É a parte em que se avaliam quais mudanças serão necessárias, e que tipo de manutenção deve ser feita para a preservação do conteúdo. É o momento de perceber se a mensagem principal do planejamento do conteúd chegou aos usuários de forma positiva.”

“Para nortear as ações de um planejamento de conteúdo da empresa, é interessante desenvolver um conceito central. O conceito é a base para definir uma série de elementos ou relações. Define o que a empresa espera que seu público acredite e sinta – e pode ser transmitido de formas diferentes. A partir disso, é possível entender o tom, a voz e a forma que os conteúdos devem ser criados. O importante é criar uma linguagem que atraia os usuários e oriente os produtores de conteúdo, algo possível a partir dos valores que a marca quer transmitir para seus usuários.”

Ainda no planejamento, é necessário desenvolver a linguagem do conteúdo. Nesse momento, é importante pensar não apenas nos valores da empresa, mas também em atribuições da marca que possam contribuir no relacionamento com os usuários nas mídias sociais. O e-book explica que “a linguagem da comunicação deve estimular um envolvimento em situações cliente/marca, proporcionando uma resposta emocional do público”, ou seja, é necessário criar uma substância para a mensagem principal que deseja ser passada para o consumidor, o que dá um foco ao conteúdo e desenvolve uma identidade para a empresa.

Algumas empresas optam por adotar um alinhamento do tom de voz através de um personagem, como é o caso do famoso Pinguim do Ponto Frio, o que facilita a comunicação e dá vida às mídias sociais – nesse caso, não necessariamente precisa ser um personagem, mas pode ser uma “persona”, uma maneira de se comunicar típica da marca (como o Netflix). Uma dica bacana que o livro dá é listar as qualidade da empresa e os valores que devem ser transmitidos, mapeando palavras “que podem garantir os vínculos emocionais com o público-alvo e alcançar os objetivos do negócio.”

“A linha editorial, apoiada principalmente no conceito e na linguagem, define as pautas e assuntos que deverão ser tratados nas mídias sociais. É onde se determina as mensagens e a abordagem aos usuários. Para isso, é indispensável desenvolver algumas vertentes para orientar a produção do conteúdo (informativa, corporativa, ou de entretenimento) […] A ideia de se traçar uma linha editorial é trabalhar uma temática de assuntos relevantes para o público-alvo com periodicidade e organização. Portanto, é importante, em cada vertente, definir temáticas diferentes de assuntos para serem trabalhados nos diversos canais sociais. Demarcar colunas específicas para as mídias sociais pode facilitar a produção de conteúdo e organizar as informações de forma mais atraente para o usuário.”

É também no planejamento que se define o fluxo de trabalho e o volume de conteúdo. Essa etapa é importante pois “ajuda a dimensionar a equipe envolvida na produção do conteúdo, o volume e a periodicidade”, além de que “ajuda a estipular responsabilidades e identifica como será o relacionamento da equipe envolvida na execução do planejamento”. Pensando nas três fases principais do planejamento (criação, entrega e gerenciamento), o livro indica o seguinte fluxo de trabalho: planejamento -> auditoria de conteúdo -> definição de fontes -> definição do cronograma de postagens -> criação do conteúdo -> revisão do conteúdo -> aprovação do conteúdo -> publicação nas mídias sociais -> monitoramento do conteúdo -> avaliação de resultados.

“Defina cada responsável pelos processos de criação do conteúdo de acordo com a necessidade das publicações. Um cronograma é de extrema importância para orientar os conteúdos e o volume de postagens. Saiba dosar e entenda o consumo de informação de cada canal social que será usado. Qualidade é sempre melhor que quantidade.”

Entrando no assunto mais específico de campanhas, o material, no capítulo “Campanhas no Facebook: o papel das inovações tecnológicas” faz um mapeamento bastante rico das possibilidades de ação que podem ser feitas para fazer uma “competição” na plataforma. “A meta, em todo caso, é aumentar o tempo de contato do público com a marca”, explica, reforçando que é a tecnologia que suporta tudo isso – mesmo sem ser o centro das atividades, mas sendo a responsável por permitir que tudo isso aconteça. Pensando no conceito de gamification (bastante utilizado quando se trata da comunicação digital) – “uma estratégia de interação entre pessoas e empresas com base no oferecimento de incentivos que estimulem o engajamento do público com as marcas de maneira lúdica” – o e-book reforça que, no fim das contas, a inovação tecnológica deve ter um impacto simples e direto no usuário.

Grupos de campanha no Facebook

Campanha restrita ao conteúdo – usa apenas os recursos nativos do Facebook, sem intervenção programada de qualquer natureza

“Numa campanha restrita ao conteúdo, o exemplo do sorteio é um clássico. É tão efetivo que, mesmo sendo executado sem a observação das regras de uso da plataforma e havendo o risco de um enorme revés na campanha como um todo, é frequente assistir a comunicadores amadores ou inexperientes propondo, por exemplo, a mecânica do ‘curta/compartilhe determinado conteúdo para se candidatar a ganhar algo’. […] Uma única ação faz com que o usuário comece a ser impactado de forma passiva pelo conteúdo e multiplica o número de potenciais impactados na rede de amigos dele.”

Campanha restrita ao Facebook – usa recursos de programação dentro de abas personalizadas

“Aqui, um pequeno esforço adicional pode mudar completamente a percepção do usuário em relação a sua participação na campanha. Basta acrescentar uma tarefa que possa ser repetida em espaços regulares e que aumente as suas chances na disputa – um novo conteúdo que pode ser compartilhado a cada dia, por exemplo. Claro, isso exige uma ferramenta que controle esses compartilhamentos individualmente e crie um ranking dos envolvidos. É interessante observar que, nesse caso, dois conceitos fundamentais de jogos foram aplicados – o placar e a rodada – sem que a grande maioria dos envolvidos sequer perceba que está num jogo propriamente dito.”

Campanha externa – baseada em um site ou app externo, usa a timeline dos usuários para divulgar eventos e ações

“Enquanto uma campanha restrita já nasce no Facebook, uma campanha externa precisa ser reforçada e ganha mais relevância conforme seus usuários a tornam social. Essa ação amplia os pontos de contato da campanha, uma vez que a rede de amigos do usuário será impactada por suas mensagens. Diferentemente das ações cíclicas citadas anteriormente, essa ação é individual e deve ser fomentada com o oferecimento de uma vantagem instantânea e direta para o usuário, como um bônus.”

Campanha integrada – abas personalizadas interagem com sites, hotsites e/ou outros aplicativos, mobile ou não, e alimentam uma estrutura comum de banco de dados

“O objetivo das intervenções aqui propostas é um só: criar mais pontos de contato com o público de uma campanha. Ao entender que seus atos podem fazer diferença em suas chances de vitória em uma campanha que envolva um sorteio, é produzido um estímulo ao contato continuado com a mesma. O usuário deixa de ser um elemento passivo no processo para se tornar um dos vetores de sua veiculação de forma continuada. Criando uma ‘disputa dentro da disputa’, permite-se que os usuários compreendam que podem ter condições diferencias entre os participantes. Buscar uma posição melhor dentro desse rol funciona como um fator motivados distinto, inclusiva da premiação principal.”

Por fim, o material apresenta a necessária tática de benchmarking para a análise de monitoramento e métricas – que deve ser feita não apenas após a conclusão de todo o trabalho, mas, principalmente, durante o planejamento estratégico. Nisso, ele cita alguns modelos tradicionais: interno (para o melhor conhecimento da empresa), competitivo (análise de produto, serviço, atuação e posicionamento do concorrente), funcional (busca de melhores práticas em empresas de outros setores que não fazem concorrência direta), estratégico (análise de diversos setores e segmentos não correlacionados entre si).

“O benchmarking é fundamental durante o planejamento de novas ações. Segundo Carlos Hilsdorf, ‘benchmarking é uma ferramente de gestão que consiste na mensuração da performance de uma organização, permitindo que ela compare sua eficiência com a de outras organizações’. Ele pontua que benchmarking não é copiar a concorrência, mas aprender com as melhores práticas desenvolvidas por ela.”

Para a parte de análise de métricas, o material não se aprofunda muito além da consideração básica do desempenho da campanha através de dados comuns como número de cliques nos links, taxa de alcance, taxa de desenvolvimento (seguidores, fãs e/ou inscrito), número de visitas no site e taxa de rejeição ao site. No entanto, é reiterado a importância de cruzar os dados para gerar inteligência de mercado e insights para novas ações, assim como ressalta que “nem todo dado coletado será quantitativo, podendo ser uma informação gerada por meio de uma análise com algum fim estratégico para a campanha.” Para orientações mais ricas sobre o assunto, aconselho ler o e-book também do Scup que fala especificamente sobre métricas e KPIs, sobre o qual já falei aqui no blog.

“Depois de demonstrar os resultados obtidos, temos de fazer uma análise da campanha como um todo. Quais foram os pontos fortes da campanha e quais foram os pontos fracos. Essa análise não deve ficar restrita à campanha. Ela deve se estender à atuação do profissional ou empresa responsável pela campanha e da participação do cliente durante o processo. Por mais que a campanha tenha ocorrido de forma planejada, ela poderia ter sido um fiasco caso o cliente não disponibilizasse as informações solicitadas no tempo certo. Com essa análise, podemos gerar insights estratégicos para o cliente e inteligência para o negócio. É importante frisar também quais serão os próximos passos e ações.”

E-book: Primeiros passos para fazer campanhas nas mídias sociais, do Scup

scup-campanhasScup Ideas – Por Danila Dourado (organizadora)

1. O que são campanhas nas mídias sociais?

2. Como montar uma equipe para fazer campanhas em mídias sociais

3. Planejamento de campanhas: como fazer

4. Como conquistar seu cliente com uma campanha nas mídias sociais

9 dicas para prospectar clientes e realizar campanhas nas mídias sociais

Depois de ter dedicado um tempinho considerável a métricas, tenho ficado muito satisfeito em expandir o leque de conteúdo com assuntos diferenciados (lembrando que, tratando-se do ambiente digital, as métricas sempre estarão presente, mesmo que indiretamente). Saindo também do eixo RJ-SP, escolhi um material produzido por uma galera de Brasília, da Moringa Digital, publicado ainda em novembro de 2012 (quando o Scup estava começando a entrar nesse jogo de e-books). Assim como mencionei sobre o curso do Junior Siri, talvez pela minha teoria de ser um mercado local “novo”, eles optaram por falar sobre vários aspectos gerais do trabalho com mídias sociais – a meu ver, para quem está começando, um ponto positivo, que apresenta o mercado através de olhares que já fazem parte dele.

Com o objetivo de “buscar oferecer a profissionais de todos os níveis um instrumento de pesquisa para guiar a elaboração de campanhas em mídias sociais, sem a pretensão de estabelecer uma verdade absoluta num mercado tão dinâmico e que tem como parte fundamental a necessidade de constante atualização”, o livro aborda bem a necessidade da criação de laços no ambiente online entre marca/consumidor. Além disso, como o título já explica, são apresentadas algumas questões principais a se pensar ao planejar e executar toda uma campanha de mídias sociais, desde a prospecção ao momento final de entrega de resultados. Assim como outros e-books do Scup, a linguagem é bastante descontraída, sem muitos termos técnicos (além dos necessários) e com uma didática de explicação leve, permitindo uma compreensão fácil de todos os assuntos abordados.

“Em linhas gerais, as campanhas nas mídias sociais são um conjunto de ações que têm por objetivo anunciar e promover produtos, eventos ou ideias em canais de relacionamento on-line.”

Antes de adentrar o modo como se faz uma campanha nas mídias sociais, o material apresenta um pouco do contexto que explica a necessidade e o posicionamento deste tipo de ação online. De acordo com Diego Monteiro e Ricardo Azarite, no livro “Monitoramento e métricas: do estagiário ao CEO”, idealizado pelo Scup, os objetivos essenciais ao traçar uma campanha envolvem: gerar uma comunidade (aumentar o número de pessoas que estão conectadas à marca nas mídias sociais) e divulgar algo pontual (como por exemplo, o lançamento de um produto ou serviço). Os autores explicam também que há três níveis de atribuição ao usa das campanhas nas mídias sociais baseado nas diferentes etapas de consolidação das marcas no ambiente digital:

1) Nível menor – empresas tendem a usar as campanhas pelo modelo mental da mídia tradicional, ou seja, não há interação;

2) Nível médio – a campanha serve como motivação para o começo de uma conversa nas mídias sociais;

3) Nível maior – a campanha envolve a empresa inteira, o que traz mais relevância e possibilidades de interação.

“As ações realizadas nas mídias sociais são pautadas por um conceito maior que pode ser desdobrado em diversas iniciativas no decorrer da campanha. Elas são sincrônicas cronologicamente e costumam seguir uma identidade visual que facilitará a identificação da campanha pelo usuário.”

Lembrando que, no Brasil e no mundo, os usuários se apropriam diferentemente de cada uma das plataformas de redes sociais, o material apresenta algumas ações que se destacaram nacionalmente em cada site de rede social nos últimos anos, exemplificando possibilidades de campanhas nas diferentes ferramentas:

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“Com um maior amadurecimento da comunicação nas plataformas sociais on-line, entende-se que o marketing em mídias sociais é uma área muito ampla. Por esse motivo, é necessário dividir as funções desenvolvidas, muitas vezes, entre várias pessoas. Por que exatamente? A área inclui publicidade, vendas, atendimento ao consumidor, fidelização do cliente, comunicação corporativa, desenvolvimento de produto, investigação de mercados e etc.”

Como a área de marketing digital muda muito rápido e está em constante mudança, ao falar sobre os profissionais e sua atuação nas redes, o livro parece um pouco datado – mas nem tanto (por ser tudo tão novo, ainda há muitas discussões sobre deveres e requisitos). Uma coisa é certa: para potencializar a atuação nas mídias sociais, o ideal é montar uma equipe multidisciplinar. A exemplo disso, são listadas algumas funções básicas que os profissionais devem estar preparados a cumprir (até mesmo individualmente, sendo responsável por tudo isso ao mesmo tempo) para criar e executar uma boa estratégia nas mídias sociais:

1. Planejamento: análise do cenário em que a marca está inserida, da atuação dos principais concorrentes e o benchmark do setor como um todo; definição da estratégia aplicada aos canais sociais da marca, seleção de quais plataformas serão escolhidas para abrigar perfis da empresa, elaboração das ações contínuas e campanhas especiais, além do respectivo cronograma de execução.

2. Produção de conteúdo: planejamento e elaboração de conteúdo que engloba a definição da linha editorial, linguagem a ser usada e as principais fontes de referência; elaboração das diretrizes gerais que devem ser seguidas pela criação (direção de arte e redação) para as campanhas em mídias sociais.

3. Gestão e relacionamento: agendamento/publicação do conteúdo elaborado, resposta a todas as interações dos usuários e fomentação da comunicação da marca; esta área deve ter um fluxo de trabalho bem definido com o cliente para agilizar a resposta e minimizar o tempo de espera do usuário, evitando a potencialização de possíveis crises de imagem.

4. Monitoramento: coleta de todas as menções à marca em diferentes plataformas sociais on-line; classificação, categorização, interpretação de dados e apresentação de relatórios (baseado nos objetivos);

5. Métricas: identificação de métricas e definição dos principais KPIs da marca de forma contínua e de campanhas especiais que ela realiza.

Depois de elencar as atividades, o e-book apresenta também algumas habilidades buscadas no profissional de mídias sociais (que são discutíveis, em vários aspectos), dentre elas: conhecimento de marketing, publicidade e comunicação corporativa (compreender os objetivos de negócios e a cultura da marca com a qual vai trabalhar); ser um entusiasta das novas tecnologias (ferramentas, serviços e aplicativos); ter uma excelente redação, conhecendo regras ortográficas e gramaticais; entender o modo como as pessoas se apropriam das diferentes plataformas digitais e como agem em cada uma delas; saber trabalhar em equipe, buscando sinergia e otimização; ter conhecimento prático das ferramentas, demonstrando habilidade em manuseá-las em prol do seu trabalho; saber resolver problemas quando a pendência está do lado do cliente (não ser dependente dele); ter uma personalidade moderado, procurando manter um clima cordial entre todos; saber se expressar com facilidade, sabendo ouvir e falar pensando no impacto do discurso; e, por fim, estar sempre conectado.

“Implantar campanhas acarreta um trabalho volumoso e envolve muitas pessoas, por isso existe uma preocupação maior com a sincronia e o timing das etapas para a excelência na execução. […] Em outras palavras, o sucesso ou o fracasso da sua campanha depende diretamente do impacto que a ação terá no público e da reação que ela despertará neles.”

Antes de pensar em elaborar uma campanha para as mídias sociais, é preciso compreender completamente qual é o contexto digital no qual a marca está inserida. Por exemplo, se a proposta online da marca é oferecer um atendimento diferenciado, a campanha tem que estar alinhada a essa proposta tendo-a como enfoque principal. E, como já vimos na relação mídia paga/mídia espontânea, tudo reverbera no digital – ou seja, a qualidade do produto, mesmo que seja algo que não seja desfrutado no ambiente tecnológico ou online, terá reações diretas na reputação da marca nas mídias sociais. Isso também implica que a empresa deve saber em qual etapa de comunicação digital ela se encontra, para que possa analisar bem os riscos e benefícios de uma ação social.

Pensando nisso, a agência baiana PaperCliQ elaborou alguns indicadores de resultados que servem também para identificar quais são essas etapas, como por exemplo: o alcance está diretamente ligado ao grau de visibilidade, atenção e capacidade de disseminação dos serviços oferecidos pela empresa; a adequação está ligada à otimização da produção e adequação de conteúdo, priorizando o nível de pertinência/proximidade entre as temáticas abordadas e o público alvo; já a influência indica um poder que a empresa exerce sobre os usuários, a ponto de merecer a experiência de consumo; o engajamento, por fim, ajuda a compreender o grau de participação e interação do público com a marca. Ao compreender a etapa em que a marca se encontra, é possível estabelecer o nível mais adequado à campanha conforme a participação dos usuários/clientes (por exemplo, games exigem consumidores mais fieis).

Planejando a campanha de forma estratégica:

1. Realize um benchmark dos seus concorrentes e setor de atuação – É preciso saber o que seus concorrentes estão fazendo ou já fizeram nas mídias sociais. Além disso, investigue o seu setor de atuação.

2. Verifique a reputação da marca – Realize um monitoramento prévio para saber o que os usuários estão falando sobre seu negócio.

3. Entenda o comportamento do seu público – O objetivo dessa pesquisa é saber o nível de participação e os tipos de interação que o seu target está disposto a realizar.

4. Elabore uma estratégia simples – Ao mencionar estratégia simples, a intenção é destacar a relevância de manter o foco no usuário, pensando na usabilidade (facilidade de adesão) da campanha que será implementada.

5. Não siga a corrente, seja criativo – Não faça o que todo mundo está fazendo só porque todo mundo está fazendo.

6. Considere a legislação e os termos de uso – É preciso conferir atentamente a legislação em vigor para realizar ações promocionais.

7. Estruture a divulgação da sua campanha – Apesar de já existir um público reunido na sua rede que pode ser impactado pela campanha, é preciso produzir conteúdo para as redes sociais, realizar anúncios nas próprias mídias sociais u fora delas, efetuar ações de seeding, merchandising, comunicação interna etc.

8. Defina um cronograma de execução – É necessário definir o período de realização da ação, os prazos para execução e os respectivos responsáveis por cada etapa.

modelo-planejamento

No capítulo 4, “Como conquistar seu cliente com uma campanha nas mídias sociais”, um dos autores do e-book opta por fazer uma analogia sobre o relacionamento marca/cliente nas mídias sociais que, por valores, pessoais, não me agradou muito, por isso, não vou replicar aqui. Mas, em suma, ele explica que “entender as etapas e definir as estratégias de conversação nas campanhas de mídias sociais é essencial para o sucesso de uma marca” (pronto, uma citação, já basta). Ou seja, além da capacidade de mensuração, outro grande trunfo do digital é pode estabelecer um relacionamento com um cliente, através de uma conversa que deve ser contínua e transparente. Pensando nisso, o material apresenta alguns pontos a se pensar na hora de estabelecer essa conexão com o consumidor/usuário:

  • Apresentação da mensagem: é o primeiro passo para o posicionamento da campanha nas mídias sociais (uma linguagem visual e textual deve ser definida para que se crie um impacto positivo no público);
    “Esse primeiro contato é importante na análise da campanha, pois aqui se identificam possíveis problemas na gestão. O relacionamento vira o termômetro que ajuda a definir o sucesso da ação.”
  • O poder do alcance: o alcance é fundamental para a estratégia de relacionamento chegar a seu ápice (a interação é de extrema importância);
    “Quanto mais o relacionamento se estreita com os usuários, o maior se torna o alcance da mensagem. As pessoas ficarão curiosas com a ação e buscarão detalhes da história, o que levará a uma nova conversa com um novo usuário.”
  • O papel da influência: ela começa a influenciar e trazer para o universo do usuário histórias e informações extremamente relevantes;
    “Aqui, potencializa-se a influência que o conteúdo publicado pela empresa exerce sobre os usuários, a ponto de merecer a experiência de consumo.”
  • Como engajar e manter a relação: os usuários querem se sentir ouvidos, mas também interagir entre si.
    “Além da interação da marca com o usuário, é importante explorar a interação entre os próprios usuários dentro do universo em que a empresa vive. Trazer os sentimentos e experiências para junto da marca ajuda a melhorar ainda mais o engajamento. A marca nesse momento pará parte de um grupo.”

Nesse mesmo contexto, são apresentadas algumas ações que podem ser feitas para cultivar melhor o relacionamento com os clientes nos sites de redes sociais. É importante, por exemplo, possuir um manual de relacionamento que deve revelar o posicionamento da empresa ao conversar com o público. A prática de dar prêmios para quem mais interage com a marca pode fazer com que novas pessoas fiquem ligadas no que acontece no mundo da empresa, mas sempre buscando relacionar isso à campanha e à proposta da marca. Outra ação comum é a de centralizar a comunicação (demandas e atendimento), adotando uma única plataforma de relacionamento com os usuários. Por fim, mas não menos importante, a dica é algo que remete a cases de sucesso no Brasil (como Ponto Frio e Netflix): personificar a marca criando um personagem para se relacionar com o público, buscando dar uma voz humana e divertida à empresa.

Ainda nesse âmbito de criação de laços com o público, o material ressalta a importância do conceito de experiência na busca por estratégias exclusivas de relacionamento. Para isso, é importante que a empresa busque métodos de fazer com que o cliente se sinta parte da marca. Por exemplo, por meio de uma plataforma de monitoramento de mídias sociais, a empresa pode identificar o conteúdo gerado pelo cliente e replicá-lo em seus canais sociais (aumentando o vínculo com os usuários). Até a gestão de crises pode ser uma grande oportunidade para se colocar positivamente dentro das redes, agindo com agilidade, educação e criatividade.

Antes de finalizar, o e-book volta ao começo de todas as etapas para levantar um ponto importante para o caso de agências (o que não acontece empresas que já têm um departamento interno de marketing digital): como demonstrar ao cliente que a realização de campanhas nas mídias sociais pode ser algo valioso (monetariamente falando)? Tentando responder a esse questionamento, são apresentadas nove dicas para prospectar as empresas a adotar o caminho online:

1. Antes de mais nada, procure bons clientes: não perca o seu tempo visitando uma empresa que tem um site caótico e nenhuma presença digital consolidada – ela ainda precisa se estabelecer no mundo online (como o objetivo aqui é fazer campanhas, essa primeira etapa precisa já estar concluída).

2. Escolha um segmento de mercado: a conversa com o prospect se torna mais fácil e embasada quando já se tem conhecimento prévio sobre os resultados de campanhas executadas.

3. Crie uma estratégia facilitadora: o conceito “campanhas on-off” possibilita transitar melhor em clientes que já tinham uma agência tradicional contratada, mas que gostariam de experimentar uma campanha digital.

4. Invista: mostrar algo novo em um ppt com ideias nunca será tão eficaz para persuadir um prospect quanto um piloto ou uma ideia adiantada e navegável para que o cliente possa entender mais facilmente seu ponto de vista.

5. Member get a member: se você nunca pedir uma indicação para um cliente que você já atende, vai ser difícil que ele o faça por você.

6. Contra fatos não há argumentos: deve-se utilizar o ao máximo possível os números e fatos sobre o mercado na hora de prospectar. No início do e-book, são apresentadas algumas razões – feitas pela AERCO, Associação Espanhola de Responsáveis por Comunidades On-line – para investir em mídias sociais:

– Atuar em mídias sociais impacta um consumidor ativo e produtor de conteúdos (prosumer), muito envolvido e apaixonado;

– Gera laços emocionais com o consumidor por meio de conversas e interações;

– Diferentemente de outras ações publicitárias, trata-se de uma atuação progressiva e exponencial, porque tudo que se constrói hoje pode ser acessado pelos usuários amanhã. Além disso, o efeito viral das ações possibilita que os indicadores-chave cresçam de forma exponencial.

7. Use as mídias sociais: se você tem o objetivo de vender monitoramento de mídias sociais para marcas e empresas, é preciso desenvolver esse serviço em benefício próprio da sua empresa. Se você vende planejamento e gestão de sites de redes sociais, como é que sua agência não tem uma fan page bem estruturada e que desperta interação com os usuários?

8. Marketing de experiência: é imprescindível deixar o cliente experimentar de verdade o serviço que você presta.

9. Acredite no poder do marketing boca a boca: indicação de amigos, de colegas de trabalho, de usuários dos serviços da agência/profissional ou mesmo daqueles que já utilizaram esses serviços e que, por um motivo ou outro, deixaram de fazê-lo, são de tremenda importância.

“Por último, é fundamental salientar que nenhuma estratégia vai dar certo se você entregar um serviço ruim. Seja ético e profissional nas suas atitudes, pois é essa a sua maior força para conquistar novos clientes.”

Leituras da semana: inspirações e recomendações do trabalho com dados/métricas

A área de marketing digital muda a todo instante. Seja nos apresentando novos jogadores (olá, Periscope), seja nos mostrando que mesmo os gigantes morrem (R.I.P. Orkut, MySpace), ou mesmo nos mostrando que mudanças significativas podem alterar todo um comportamento num site de rede social (oi, Mark!). Por isso (e mais outros n motivos), é importante se manter a par de tudo que acontece de novidade nesse ambiente digital.

Eu já tinha, pelo menos desde junho, adotado essa prática (mesmo que timidamente), buscando seguir profissionais do mercado que divulgassem matérias, notícias e artigos importantes sobre o tema no Twitter (por isso a lista de quem seguir ali do lado). Depois de uma dica da ídola-mor, Mariana Oliveira, fui apresentado um app para celular que permite que você salve um link para ler depois, disponibilizando ainda a possibilidade de arquivar, etiquetar e favoritar o que foi lido. Como, diferente do Facebook, no Twitter eu consigo ler TUDO que foi dito pelas pessoas que eu sigo nas 24h do dia, com a ajuda do IFTT, agora basta eu clicar em “favoritar” tweet que o primeiro link é salvo direto no Pocket, onde eu leio e faço toda a categorização necessária após a leitura.

Juntando a + b, resolvi fazer essa “coluna” aqui no blog onde, semanalmente (provavelmente no domingo), vou reunir algumas leituras que fiz durante a semana sobre todo o conteúdo referente ao que falo aqui. Só chamo atenção para uma coisinha: não necessariamente os textos serão da semana referente ao post da data específica. Como já mencionei anteriormente, desde maio/junho que reúno no Twitter vários artigos/matérias sobre marketing digital que eu nunca cheguei a ler (por preguiça da desorganização), mas deixei salvo ali e, agora, com o Pocket, consegui organizar tudo e estou colocando (aos poucos) a leitura em dia. Para começar, estes foram alguns textos que li durante a semana e achei o conteúdo interessante para compartilhar aqui no blog:

Meça seus cursos de marketing digital, parça – Por Ailton Mesquita

Esse texto foi uma das inspirações por trás da criação deste blog. Fala bem resumidamente da importância de, antes de sair fazendo cursos às cegas, procurar e usufruir dos diversos materiais didáticos que estão disponíveis online para qualquer um que queira aproveitar deles.

Com o tempo você vai reconhecer facilmente os profissionais que estão realmente envolvidos com o processo, que criam cases e servem de modelo para o desenvolvimento da comunicação. Fuja dos materiais e palestras com títulos fantásticos do tipo “Transforme seu Facebook numa metralhadora de vendas”, “Fique rico usando as mídias sociais” e “Seja um NINJA do marketing digital”. Para todo o resto vale dar uma olhada pra poder separar o bom do bullshit.


The 6 Rules for #DataDriven Social Marketers – do Socialbakers

Escrito por Jan Rezab (CEO do Socialbakers, ferramenta líder de mercado na área de métricas), este artigo apresenta algumas questões fundamentais que os profissionais de métricas devem levar em consideração para trabalhar com elas. Em resumo: as métricas sempre devem ser contextualizadas, sejam dentro da análise (com outras métricas, KPIs e objetivos) ou no cenário monetário dos negócios.

#DataDriven social marketers bring everything together to make a comprehensive picture of how social drives activities in different parts of your organization. That means making sure that your whole organization is aligned on social media data! From Content to R&D, you need to talk about how social data can inform every aspect of your business and make it smarter.


3 examples of how data can be used creatively – do Brand Republic

Uma coisa que eu tenho dificuldade de encontrar quando se trata de trabalho com métricas são cases. Neste artigo, são apresentados três trabalhos realizados a partir da análise de dados (não exatamente de métricas, mas já vale). São três ações em vídeo que mostram como os dados podem aguçar a criatividade para obter uma assertividade maior na comunicação. Vale a pena conferir os vídeos!

While some marketers still believe data restricts creativity, the majority are recognising the power of data and creativity working together. Professor Brian Cox stepped into the debate arguing that within the right framework data can always improve the creative process and campaign success. The inaugural Lions Innovation festival even had an award dedicated to Creative Data, which received more than 600 entries.


Social media: 7 passos para as marcas conseguirem engajar consumidores em tempo real – do ProXXima

Não é nenhum artigo genial, mas levanta alguns pontos interessantes sobre planejamento estratégico de marketing digital. O título “7 passos para” não me agrada muito, pois parece uma cartilha infalível de sucesso, mas é uma boa leitura para pensar, no geral, como se pensar uma boa estratégia online.

Depois de finalizar sua estratégia de engajamento, dê a oportunidade para que seus funcionários coloquem sua expertise em prática. Ensine o básico, recue e confie em sua equipe. Entenda que você não pode controlar tudo, mas educar e empoderar seus funcionários é um grande passo à frente.


Gostar de métricas é melhor do que não gostar de métricas – por Willian Sertorio

O curioso deste artigo é que ele não foi escrito por um Social Media ou um profissional de marketing digital, mas por um designer. Logo, não se fala sobre nenhum assunto específico do mercado de mídias sociais, mas traz uma boa reflexão de como os dados são – mesmo em diferentes frentes – importantes registros que não devem ser ignorados.

Quando há um esforço para que todos tenham o mesmo entendimento sobre o que move o negócio, esse cenário fica mais democrático. Não é um briefing. É acompanhamento diário. Números são uma ferramenta de comunicação, no final das contas. Uma boa planilha de métricas pode ser o canal para discussões produtivas e pautadas em fatos, e não apenas opiniões.